Leite foi o vilão da cesta básica do brusquense no último mês

Produto apresentou alta de 13,60%, seguido do arroz e do feijão, que se mantiveram na lista dos que sofreram variação mensal alta

O preço do litro de leite pesou um pouco na mesa do trabalhador e da trabalhadora brusquense. É o que demonstra a Pesquisa da Cesta Básica, realizada pelo Fórum das Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e Região (Fórum Sindical) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e com o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis (Sintrafite). Com variação mensal de 13,60%, o produto lidera a lista dos 13 alimentos que mais subiu no último mês, seguido do arroz (6,02%) e do feijão (4,93%), que já haviam apresentado alta no mês de janeiro.
Já o preço do quilo da batata e do tomate ficou 17,99% mais barato nas gôndolas dos supermercados da cidade. O pão vem na sequência, apresentando uma baixa de 9,34% no preço do quilo e o óleo de 3,20% no valor do litro.

No total, a cesta Básica no município apresentou um custo de R$ 608,36, uma redução de 2,69% se comparada ao mês de janeiro, quando o conjunto de itens básicos para consumo de uma pessoa adulta, resultou em R$ 625,20. Os R$ 608,36 representam 50,51% do valor do salário mínimo nacional líquido, que é de R$ 1.204,35.

“Tivemos uma queda no valor, porém, ainda é muito alto o custo dos alimentos na mesa do trabalhador. Brusque está na 14ª posição como cesta básica mais cara do Brasil, dentro das 18 cidades, sendo 17 delas capitais, onde o DIEESE realiza a pesquisa. Isso que estamos falando no valor de itens básicos para uma pessoa adulta, mas sabemos que não é só isso que o trabalhador tem de despesas. Temos a questão da moradia, da saúde, medicamentos, educação, enfim, para uma família, este valor se multiplica algumas vezes”, ressalta o diretor do Sintrafite, Joel Rodrigues dos Santos, que realiza a coleta dos preços mensalmente no município.

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 779,38), seguida de Florianópolis (R$ 746,95), do Rio de Janeiro (R$ 745,96) e de Porto Alegre (R$ 741,30). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 552,97), Salvador (R$ 596,88) e João Pessoa (R$ 600,10).

Com base na cesta mais cara, que, em fevereiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em fevereiro de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.547,58, ou 5,03 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.302,00. Em janeiro, o valor necessário era de R$ 6.641,58 e correspondeu a 5,10 vezes o piso mínimo.