Nos últimos tempos, ir ao supermercado tem sido um desafio. A alta nos preços em diversos produtos tem feito trabalhadores e trabalhadoras escolherem outras marcas; substituir os itens por outros mais em conta; diminuir as quantidades; e até, em alguns casos, deixar de comprar.
Os últimos aumentos em alguns produtos têm impactado diretamente na compra da cesta básica e, consequentemente no orçamento dos brasileiros, bem como na alimentação dos mesmos.
Como forma de orientar os trabalhadores e trabalhadoras sobre os impactos econômicos do que têm ocorrido no país, e como isso afeta diretamente no dia a dia da classe trabalhadora, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque, Guabiruba e Botuverá (Sintrivest) compartilha novamente algumas informações a respeito desses assuntos.
Aumento nas capitais
Conforme a pesquisa mensal, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), divulgada esta semana, no mês de junho, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em nove das 17 capitais onde a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos é realizada pelo Departamento.
De acordo com os dados, a comparação do valor da cesta entre junho de 2022 e o mesmo período no ano passado, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34% (em Vitória) e 26,54% (em Recife).
Conta que não fecha
Assim, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário, com base na cesta mais cara (que no mês de junho foi a de São Paulo). O cálculo leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com: alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Ou seja: conforme a pesquisa, em junho de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em junho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.
Além disso, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em junho de 2022, 59,68% do rendimento para adquirir os produtos da cesta. Em junho de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 54,79%.
Aumento
A pesquisa divulgada pelo DIEESE mostrou ainda que, no acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em 12 dos 13 produtos da cesta: batata (92,13%), café em pó (83,14%), tomate (75,44%), óleo de soja (32,83%), feijão carioquinha (30,27%), açúcar refinado (30,22%), leite integral (29,66%), farinha de trigo (28,51%), banana (25,87%), pão francês (19,87%), manteiga (19,21%) e carne bovina de primeira (6,99%). O arroz agulhinha acumulou taxa negativa (-6,53%).
A pesquisa foi realizada em diversas capitais do país, como Florianópolis, mas a realidade de aumento dos preços também tem sido sentida pelos trabalhadores nas cidades do interior, de todo o país.
Mais uma vez o Sintrivest reforça que é necessário que o trabalhador entenda e se conscientize sobre a atual situação econômica, sobre as perdas que têm ocorrido, bem como sobre a importância da atuação dos sindicatos. “É necessário destacar também o quanto é fundamental a participação dos trabalhadores junto aos seus sindicatos, tanto nos momentos de negociação coletiva, como nas assembleias e demais ações. Ou seja: a participação dos trabalhadores na luta diária junto às instituições sindicais que os representam, em prol da preservação de seus direitos”, comenta a presidente, Marli Leandro.
Da mesma forma, o Sintrivest também reforça em como é possível mudar essa realidade, por meio da conscientização sobre a valorização dos direitos dos trabalhadores e do processo eleitoral que ocorrerá em outubro deste ano.
(*Fonte:
https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2022/202206cestabasica.pdf ).