Há exatos 90 anos, em 1932, de forma tímida, as mulheres conquistaram o direito ao voto. Na época, a conquista foi para poucas: só podiam votar mulheres que eram casadas, com autorização do marido e viúvas com renda própria. Anos depois, a Constituição Federal permitiu que todas as mulheres, sem exceção, tivessem o direito ao voto e hoje, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), elas representam quase 53% dos eleitores no país.
Uma das principais mudanças ao longo do século XX foi a valorização da mulher e sua atuação em todas as esferas da sociedade, como na política, por exemplo. Apesar de todas as lutas, mudanças e avanços nesse âmbito, infelizmente, a representatividade feminina na esfera política ainda é baixa.
Na política
A presença cada vez maior de mulheres concorrendo a cargos públicos é fundamental para o fortalecimento da democracia, afinal, a representatividade feminina no governo, seja ele municipal, estadual ou federal, é de extrema importância, não apenas para discutirem assuntos relacionados a economia, saúde ou educação, mas para debaterem pautas sobre temas ligados diretamente a elas, como violência doméstica, feminicídio, direitos humanos, paridade de gênero, entre outros.
Segundo a Câmara dos Deputados, nas eleições de 2019, houve um aumento de aproximadamente 50% no número de mulheres eleitas; que passou de 55 para 77 deputadas, um total de apenas 15% das cadeiras da Câmara.
A Emenda Constitucional (EC) de nº 97-2017 também está entre os avanços, já que passou a destinar 30% das vagas para candidatas mulheres, contribuindo assim para a inclusão de candidatas na concorrência de cargos políticos. Mas elas ainda são minoria.
Os desafios são grandes. É preciso que as mulheres estejam ocupando todos os setores da sociedade, incluindo os espaços de discussão e aprovação de projetos e leis que regem o nosso país, bem como a contribuição para políticas públicas que possam abranger a maior parte da população.
Desta forma, neste período de eleições, cada eleitor deve avaliar perfis de candidatas, conhecer melhor suas atuações, as bandeiras que as mesmas defendem, como a manutenção dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, em busca de representantes que lutem por uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
Somente por meio da conscientização e da escolha de boas candidatas é que teremos mais representatividade feminina na política e, consequentemente nas melhorias e ampliação de direitos em prol das minorias.
(*Fontes:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm